Título: "Batalha de Titãs: Taylor Swift, Beyoncé e o Mercado de Rins (Brincadeirinha)"
Se em algum momento você achou que a música era só sobre melodias e letras, as turnês de Taylor Swift e Beyoncé vieram para mostrar que o negócio também é sério para o bolso. Em 2023 e 2024, essas duas titãs da música colocaram seus fãs em uma verdadeira corrida por ingressos, e não estamos falando de uma disputa amigável. Com preços que fizeram muita gente considerar vender um rim (ou dois), as superproduções de Swift e Beyoncé não são só um fenômeno musical; elas são, na verdade, um verdadeiro case de estudo econômico e social.
Segundo Will Page, ex-economista-chefe do Spotify, "as turnês de Taylor Swift e Beyoncé se tornaram indústrias por si só, movimentando bilhões de dólares em vendas de ingressos, merchandising e impacto econômico nas cidades em que se apresentam." De fato, estima-se que a turnê Eras Tour de Swift gerou cerca de 5 bilhões de dólares globalmente, enquanto a turnê Renaissance de Beyoncé não fica muito atrás, com impactos que vão desde a movimentação no turismo local até o aumento nas reservas de hotéis.
Mas, claro, o espetáculo tem um preço. Não estamos falando só do custo para montar um show gigantesco, com efeitos visuais de outro mundo e figurinos dignos de museu. Estamos falando também da tensão dos fãs. Afinal, garantir um ingresso é uma tarefa tão difícil que poderia ser comparada a passar por um vestibular para Harvard — mas com mais gritos e emoções à flor da pele.
Mark Mulligan, especialista em economia da música e CEO da MIDiA Research, observou que essas turnês refletem uma mudança nas fontes de renda das artistas. "Hoje, as gravadoras não são mais o único meio de ganhar dinheiro. As turnês se tornaram a principal fonte de receita para as grandes estrelas da música, e isso aumentou a pressão para que cada evento seja um acontecimento global." Mulligan destaca que Beyoncé e Swift elevaram o patamar das turnês de tal maneira que outros artistas já sentem a necessidade de "jogar nesse mesmo nível" para manter relevância.
No entanto, não é só o mercado financeiro que lucra. Essas turnês geram um impacto cultural imensurável. David Hesmondhalgh, professor de estudos de mídia e música da Universidade de Leeds, aponta que "Taylor Swift e Beyoncé conseguiram transformar seus shows em algo muito além de entretenimento. Elas mobilizam discussões sociais, desde o feminismo até questões raciais e de direitos autorais." Beyoncé, por exemplo, com seu álbum Renaissance, trouxe um profundo tributo à cultura negra e LGBTQIA+, enquanto Swift tornou-se um ícone do feminismo moderno, trazendo à tona debates sobre propriedade de suas próprias músicas e o controle que as mulheres têm sobre suas criações.
Mas voltemos à parte engraçada: a economia dos ingressos. Quando Taylor Swift anunciou sua Eras Tour, houve uma verdadeira implosão nos sistemas de venda online, com gente perdendo o sono, a paciência e, por pouco, a sanidade. "Foi como tentar comprar o último PlayStation no Natal", comentou Sandy Williams, uma fã que esperou 12 horas online só para não conseguir ingresso. Beyoncé, por sua vez, também não ficou atrás. "Beyoncé está aí pra ensinar que, além de poder vocal, você precisa de poder financeiro", brincou Marcus Simons, um especialista em marketing de eventos.
Os fãs? Esses estão divididos entre economistas amadores (tentando descobrir quantas refeições podem pular para bancar o ingresso) e filósofos existenciais ("Será que meu amor por Beyoncé ou Taylor vale todo esse sacrifício?"). Ainda assim, Swifties e Beyhives (as comunidades de fãs das duas) continuam a crescer, porque quando a rainha ou a deusa chamam, você atende — nem que isso signifique parcelar a alma no cartão. Graciliano Tolentino
Enviado por Graciliano Tolentino em 10/10/2024
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