MINHA BELA POESIA EFÊMERA
- Cordel do dia 05-07-2020 - Olá, minha bela poesia efêmera Que se esconde detrás do horizonte Aquele que jamais se alcança e beira A impossibilidade de saber sequer onde Começam ou terminam curvas e ladeiras Sei apenas que se mostra minha fonte De alegrias e ternuras e místicas diuturnas Por bradares incontestes dos meus versos, Sejam elas passadas, contínuas ou vindouras Estão presos ao sentido de cada um dos meus passos Que recuo em estribilhos de palavras roucas Nos fieis sentimentos que se punham em cacos Hoje renasço em cada florescer matinal E revigoro em febre o que parece conciso Mas reverbera no peito com furor letal E me deixa pontualmente sempre indeciso Em uma disputa do meu lado eu e o animal Que permeia meus versos tão lascivos Impossível manter a sobriedade mental Quando a embriaguez de meus sentidos Faz-se quase sempre o pilar principal De todos os meus dias por viver ou vividos E o que clama por ser indomado e real Se faz o que se pode chamar de não sentido Talvez em carne, mas que seja apenas isso Afinal, qual sentido de tantos corpos juntos Atados apenas por conveniências e compromissos Com relação à felicidade em vida, pergunto: Seriam assim os Deuses, tão omissos? Ou a felicidade dos homens é um de seus assuntos? Sei que se não for assuntos deles, me rebelo Afinal, por que hei, eu, de adorá-los Se nem são bons o bastante, vos revelo Pois se há apenas clamor e nada de concreto Hei de dizer-lhes a conclusão de meu apelo Motivado por aquilo que faz meu peito repleto Ainda busco tua voz no calor de cada manhã Que se faz fria com o distanciar de tua alma Tua voz que guardá-la em mim se fez maior afã Pra que eu mantivesse em mim o cântaro que me acalma Que vem repleto de luz e me atrai como um ímã E hoje apenas posso falar disso à vivalma Ou podia, antes que o tempo se manifestasse Em razão do pedido protocolado em cartório Com os termos que reclamavam em tese Aquilo que me foi tomado em imbróglios Dentre todos os pormenores em antítese A decisão do Deus me fez, de fato, brilhar os olhos Eis que Kronos foi generoso em seu fino trato E abençoou, de forma rara, quem lhe confiou Cada parte do processo, defesa e relato E em cada prazo, zelosamente acompanhou Pondo ao fim de tudo, em limpos pratos O que o desencontro cruel embaralhou E a vida se fez relato em novo alvorescer Em que a luz se mostra vívida em minha janela Em que o cruel resultado e destino de perecer Torna-se diferente do que o outrora revela Tenho em mim que meus sonhos irão vencer E irá reinar de novo, uma nova primavera! Graciliano Tolentino Graciliano Tolentino
Enviado por Graciliano Tolentino em 05/07/2020
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