PRA NOSSOS POVOS CHEGOU A HORA DE CONSTRUIR REVOLUÇÕES
-Cordel do dia 19-04-2020- (Dia do Índio) O encantamento de todas as pazes Refletidas nos olhos serenos Em diversas moças e rapazes E que compartilham em tom ameno De frases simples e vorazes Ser a paz neste fenômeno De dias iguais ou diversos Em constantes lutas e agonias Sendo nós, unidos ou dispersos Nus ou vestindo fantasias Mais relevantes que versos São todas estas simbologias Que nos fazem fortes no ímpeto E nos deixam a par do que somos Verdades escondidas aqui perto Que se mostram em primeiro encontro O que há demais em estar certo? Apenas este é o nosso ponto Ponto de vista de uma nação Que é composta por várias etnias Um grupo de dominadores. Vilão? Não o digo, além de idiossincrasias Mais do que posto à mão É o peso de vossas heresias Nosso sagrado se externa em magia Do renascer constante da mãe A natureza que se faz nosso guia E a pureza da fé que me mantém Meu furor constante interagia Muito mais do que aqui é o além Meus joelhos postos ao chão Vendo o queimar de nossas florestas Calado um dia, hoje, mais não Hei de deixar lançar minhas flechas Rumo ao longe em direção Aos que anseiam nossas metas Hei de falar enfim da vitória Que soará em todo e qualquer continente Nós escreveremos nossa história Que está em cada um de nós latente Descrever nossa própria trajetória Com o mais puro linguajar da gente Pankararu, Funiô, Xukuru Kariri-Xocó, Jeripankó, Tuxá Pipipã, Cambiuá, Wassu Kalankó, Anticuns Umãs, Koiupanká Carapotó, Tingui-Botó, Caruazu Cambiuá, Capinauá, Truká E todos os povos que são resistência Cujo o próprio respirar simboliza Ato de guerra contra a violência Que o dominador tranquilo naturaliza E faz brotar desinteligência Em tudo que nossa lei baliza Mas antes que tudo se acabe E na constância desta luta voraz Faremos que o preconceito desabe E que o povo possa encontrar a paz Por tudo o que à lógica descabe Contra a nossa gente que jaz Salve ao sangue derramado por nós Salve à dor de nossos ancestrais Salve às mordaças que prendem nossa voz Salve à vida de quem não vive mais Que nossa destreza desate estes nós Que nossa força liberte nossos "ais". Sou guerreiro nativo destas terras E o medo já não pode me afligir Dominados desde outras eras Mas já não eres mais capaz de mentir Humanos tratados como feras Mas sempre capazes de refletir Um novo tempo chega agora E nestes segundos novas visões Dos que ainda estão ou foram embora E dos que não vivem de ilusões Pra nossos povos chegou a hora De CONSTRUIR REVOLUÇÕES! Graciliano Tolentino Graciliano Tolentino
Enviado por Graciliano Tolentino em 19/04/2020
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