A loita de Zé Canivete e Toín Madureira - Parte I
- Cordel do dia 22-06-2011 Escutem bem essa história Que vem de trás dos coqueirais Do vento frio da serra Que sopra a lama do cais A história de um homem Pequeno sim, frouxo jamais Que dobrou as catingueiras Planou todas as ladeiras E pelejou com satanás Do sertão do nordeste Pior que cabra da peste De unha briga com onça, mata Ranca a pele e veste Pior que veneno de cobra Pior que zipela e machete É peçonha de escorpião Mordida de caramonhão Se chama José Canivete Que rasga galho no peito Em cima de um garanhão Derruba boi pelo rabo E corta macho a facão Com ele não tem polícia Juiz, promotor ou ladrão Que não corra do seu grito Que não vire um mosquito Com medo de seus bofetão Certa feita, mordido do poico Desceu de uma ribanceira Mais ligeiro que um corisco Deu no cabra uma rasteira Que não se viu nem o risco Logo se ajuntou uma queira De fuxiqueira, menino e vadio A curiar no terreno baldio Zé Canivete e Toín Madureira Os dois era liso... liso Que só oio de cobra e fastio Pior que o cão chupando manga Mas liso que pedra de rio Mais feio que barbudo de tanga Mas manso que cobra no cio Era feito a Mãe de Pantanha Faz mais medo que óio de castanha: Zé co’a mulesta a dá no vadio O cabra subiu nu’a jaqueira Pulou num pé de craibeira Escorregou, se pegou no gaio Pulou, caiu num mói de cabaceira Deu mais azar que um corno de goteira Sem se aperrear com besteira E pra piorar o lenga lenga Ainda não resolveu a Arenga De José Canivete e Toin Madureira Graciliano Tolentino Graciliano Tolentino
Enviado por Graciliano Tolentino em 22/06/2011
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